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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Da polêmica ao fracasso, mistério e isolamento envolvem Bellucci em SP

Fechado com sua equipe e sem falar sobre a negociação com Larri Passos, número 1 do Brasil foi pouco visto em público durante o Challenger paulista
Uma polêmica, uma revelação surpreendente, o suspense sobre o novo técnico e uma derrota inesperada marcaram a passagem de Thomaz Bellucci por São Paulo na última semana, quando disputou um torneio Challenger organizado pela promotora que agencia sua carreira. Chamou atenção também o isolamento do número 1 do Brasil, poucas vezes visto em público ou conversando com outros tenistas.
A chegada de Bellucci já causou furor. Na sexta-feira anterior ao torneio, em uma entrevista coletiva, o número 1 do Brasil, que chegava de uma derrota na primeira rodada do ATP de Estocolmo, criticou os técnicos brasileiros e pediu mais atuação de ex-tenistas na formação de jogadores. A declaração pegou mal nas rodas de tênis no Brasil, e o paulista ouviu respostas duras. Carlos Alberto Kirmayr, por exemplo, disse que Bellucci é um moleque irresponsável.
Na mesma entrevista, Bellucci disse que seu técnico, João Zwetsch, e o gaúcho Larri Passos eram exceções. Curiosamente, Zwetsch foi demitido ainda em Estocolmo e, no domingo, já sem conseguir esconder a ausência do treinador, o tenista confirmou a separação. Surgiu, então, nos bastidores, o boato de que Larri Passos já havia sido procurado por Bellucci. A busca por um novo técnico, porém, começou duas semanas antes, com Zwetsch ainda empregado.
Bellucci deu uma nova entrevista na terça-feira e voltou a falar sobre o nível dos treinadores. Desta vez, admitiu não conhecer a fundo o trabalho de muitos, mas seguiu afirmando que o Brasil precisa de melhores técnicos. O assunto do torneio, porém, já era o provável acerto com Larri. O treinador se esquivou de declarações durante toda a semana, e Bellucci fez o mesmo. O atleta, inclusive, deu a entender que outros profissionais ainda estavam sendo cogitados. Roberto Marcher, diretor técnico da Koch Tavares, afirmou o mesmo.
Bellucci interrompeu o fim de temporada na Europa e deixou de jogar um ATP 500 para participar do Challenger de sua promotora. A ideia era reconquistar ritmo de jogo e confiança, ambos perdidos durante uma péssima fase, que incluiu uma derrota precoce no US Open e um inesperado revés por abandono na Copa Davis. O plano, no entanto, não deu certo.
Diante de adversários fracos, fora do top 200, o brasileiro passou bem pelas três primeira rodadas, mesmo com um baixo aproveitamento de primeiro serviço (cerca de 50%) e sem mostrar um tênis vistoso. Nas semifinais, veio o primeiro susto. O jovem Christian Lindell, de 18 anos, venceu o primeiro set e, por pouco, não derrubou o favorito. Bellucci, que reclamava da quadra seca, conseguiu virar e garantir a vaga na decisão.
No último jogo, o adversário era mais perigoso, o gaúcho Marcos Daniel, ex-top 60 e então na 152ª posição do ranking. A partida começou com 4h de atraso por causa da chuva, e Daniel entrou em quadra mais bem adaptado à quadra lenta e pesada. Depois de aplicar 6/1 no primeiro set, o gaúcho sentiu dores e perdeu a segunda parcial. Bellucci teve break points no primeiro e no quinto games do set decisivo, mas não aproveitou. Daniel converteu a única chance que teve e disparou para a vitória, decepcionando Bellucci, a torcida paulista e a promotora do torneio.

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