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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dia do goleiro

Oberdan Cattani deseja sorte aos atuais em profissão maravilhosa
O dia 26 de abril é uma dia muito especial para os atletas de uma certa posição: os goleiros. Definitivamente são pessoas que não tem vida fácil. Cobrados quando falham e nem sempre ovacionados quando se destacam. São considerados heróis e por muitas vezes vilões do futebol, pois seu papel é evitar a maior alegria do esporte: o gol. Eles podem ir do fracasso à redenção em questão de segundos na mesma partida. É o único atleta em campo que não possui o uniforme igual ao dos seus companheiros.
A ideia de criar o "Dia Nacional do Goleiro" começou com os professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, tenente Raul Carlesso e o Capitão Reginaldo Pontes Bielinski. Inicialmente, o dia 14 de abril seria considerado o Dia do Goleiro, porém não surtiu muito efeito. No ano seguinte, a data foi alterada para o dia 26 de abril, visando homenagear o dia do nascimento do grande arqueiro Manga, campeão nacional daquela época com o Internacional, mas com passagens marcantes por Grêmio, Coritiba, Operário (MT), Botafogo, Sport e Seleção Brasileira, a quem defendeu na Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966.
Na história do futebol, muitos goleiros se destacaram. No Brasil, alguns dos grandes nomes da história são: Manga, Gylmar dos Santos Neves, Castilho, Félix, Waldir Peres, Leão, Taffarel e Oberdan Cattani, um dos arqueiros de maior sucesso da Seleção Brasileira e do Palmeiras, além de ter atuado pelo Juventus da Mooca, considerado unanimidade pelos clubes que defendeu, o ex-goleiro falou sobre este dia dedicado aos profissionais que ficam debaixo das três traves.
Natural de Sorocaba em 12 de julho de 1919, feliz pela sua carreira e pela sua profissão, Oberdan tentou explicar o que significa, para ele, ser goleiro. “Ser goleiro não significa pegar a bola que vai ao gol. É preciso uma técnica para cair, para segurá-la, saber recompor o jogo, além de comandar a defesa da equipe. Ser goleiro é ter disciplina, ter segurança e nunca se abalar, é uma profissão maravilhosa”, afirmou.
Ciente de que o futebol atual está mais pegado do que na sua época, o ex-goleiro falou que os arqueiros de hoje em dia são muito execrados. “Hoje os campeonatos são de pontos corridos e é difícil para o goleiro se destacar numa competição assim. Acaba existido o desgaste do arqueiro, não se pode crucificar o goleiro por que não conseguiu defender, a história nos mostrou que todos os goleiros que cometeram erros viriam a ser grandes goleiros”, falou Oberdan.
Grande goleiro da década de 40 e 50, Oberdan falou sobre a geração atual de arqueiros no Brasil. “Hoje estamos numa entre safra de atletas. Temos os consolidados na Europa como Júlio César, Gomes, Doni entre outros, já no cenário nacional, o Julio César do Corinthians, o Rafael do Santos, Deola no Palmeiras e o Denis no São Paulo, ainda estão à procura de afirmação, não chegam a ser unanimidade em suas equipes. Creio que precisávamos passar por essa entre safra de goleiros, mas tenho certeza que os que estão hoje e os que ainda virão serão importantíssimos para o nosso futebol”, disse o ex-goleiro.
Finalizando, Oberdan falou que deseja toda a sorte do mundo aos atuais goleiros do Brasil e fez questão de ressaltar que se fosse possível, faria tudo de novo dentro das quatro linhas. “Aos amigos goleiros desejo muita sorte, às vezes somos execrados, às vezes somos ovacionados, mas é normal de viver numa profissão de risco. Desejo muito empenho e foco a todos, por que vocês estão na melhor profissão do mundo! Se posse possível faria tudo de novo”, concluiu.

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