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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Olimpíadas de Londres 2012

Maratona: o mais olímpico de todos os esportes
Nada é mais tradicional nas Olimpíadas, seja nos tempos modernos como na antiguidade, do que a prova da maratona. Suas origens datam de 490 antes de Cristo, quando um soldado grego correu cerca de 30 quilômetros da cidade de Maratona até Atenas para contar o resultado de uma batalha contra os persas. Exausto e com os pés sangrando, o militar Filípides balbuciou um “nós vencemos” e, diz a lenda, morreu pouco depois.
Quando o barão de Coubertin retomou a tradição dos Jogos Olímpicos, os gregos sugeriram uma prova que relembrasse dos tempos de glória do país. Estava criada a maratona. Nas primeiras edições das Olimpíadas, a distância era de aproximadamente 40 quilômetros. Por pedido da família real britânica, o percurso foi alterado nos Jogos de 1908, para que a largada fosse observada da sacada do Palácio de Windsor.
Essa alteração produziu um trajeto de 42 quilômetros e 195 metros. Desde Paris-1924, esse é o padrão para todas as maratonas do mundo – são mais de 500 ao todo. Nas Olimpíadas, as provas costumam terminar no estádio principal e a premiação, a última de todas as competições, se dá na cerimônia de encerramento. As mulheres só passaram a desfrutar desse status a partir dos Jogos de Los Angeles, em 1984.
Muitos dos principais maratonistas do mundo nunca ganharam a prova nas Olimpíadas. Além das distâncias e dos percursos nem sempre favoráveis a recordistas, muitos especialistas mais esotéricos acreditam que a bênção de Zeus é necessária para o triunfo. Foi assim que alguns deles justificaram a bizarra intervenção do padre irlandês Cornelius Horan, que derrubou o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima a poucos metros da chegada nos Jogos de Atenas-2004.
Alguns dos momentos mais dramáticos das Olimpíadas também aconteceram em maratonas. O maior deles veio na primeira prova disputada por mulheres, vencida pela norte-americana Joan Benoit. Sob o sol de quase 50 graus da Califórnia, a suíça Gabrielle Andersen, de 39 anos de idade, chegou cambaleante, perto de desmaiar. Completou a prova em 37º lugar e emocionou o estádio olímpico. “Era minha única chance de correr nas Olimpíadas”, disse.
Outro deles foi de pastelão. O sul-africano Charles Hefferon e o italiano Dorando Pietri disputavam metro a metro a prova de 1908. Perto da chegada, Hefferon aceitou uma taça de espumante de um espectador. Passou mal. Foi ultrapassado por Pietri, completamente desidratado. O italiano pegou o caminho errado, caiu, levantou e desabou mais quatro vezes. Completou em primeiro lugar, mas foi desclassificado por aceitar ajuda. O vencedor foi o norte-americano John Hayes.
A tradição da maratona é tanta que a prova tem um hino extraoficial. A música-tema do filme Carruagens de Fogo, ganhador do Oscar em 1982, foi composta pelo grego Vangelis e é uma homenagem a todos os maratonistas. A película retrata a preparação da equipe britânica de atletismo para as Olimpíadas de Paris, em 1924. Em Londres-2012, o campeão já tem trilha sonora definida..

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